as paisagens não mudarão enquanto não mudar o olhar sobre elas
isso já foi dito
envergo o olhar
num contorcionismo verbal
lá longe dá pra ver
minha alma dançando
num abismo de oceanos
a porta bate
quem somos?
deixo pegadas na porta principal do seu silêncio retorcido diante das figuras magnificas que inundaram a serpente dos abismos dentro de mim eu grito o seu nome pelas janelas da memoria onde cada um recebe o seu chamado e a sua condução de sonhos
é de pedra a nossa forma animal
retorcida
desabando nas paredes da memória
o corpo como uma cítara se afina
estica
a alma
seria feito de plástico
jogado à deriva
nos sete oceanos
eu falava a verdade
quando nada havia de ser tido
justo agora que sonhei que estava acordado
insisto no insight do precipício
se tudo voltasse ao início
seria o fim