quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tantos tontos

são tantos tontos
tantos tantras
todos tão tudo
que a gente é melhor ficar
mudos
não falar nada
ficar
mundos
são tantos tontos
tateando o escuro
que entortam tudo
tornando o tato
um tarot telúrico
de toscas figuras
desfigurando fundos
são todos tontos
são todos mortos
em seus casacos de pele
humana
e normose

tantos tontos
portando nomes
pra que tanta perna meu deus
se eu não sabia que eu era deus?
pra que tantos nomes meu deus
se sou somos o mundo e são se somos sei?

tantos todos
formigando pernas
pra que tanto tanto meu deus
se sabias que eu era o mundo?

todos recitando o mesmo texto
o mesmo tênue sêmen
o mesmo sentido
o mesmo sentimento
sem sentimento
todos tantos tontos
um turbilhão de sábios

é melhor a gente ficar mundo
não falar nada
falar o nada
seria falar
é melhor mesmo falar o pior
do que melhor falar
falar o pior também é poesiar
é elevar o baixo e rebaixar o elevado

quem poesia reequilibra o desequilíbrio constante desse segundo eterno

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