segunda-feira, 21 de abril de 2014

na minha beira

vive no canto da boca um canto sem boca
como paisagem perdida no canto do olhar
foi como a flor esquecida num canto de moça
ou poesia de areia nas beiras do mar

fotografias e rimas de um cego caduco
sonho do eunuco de um dia ser imperador
fruta madura que sonha um dia ser suco
vive na beira do ódio esquecido um amor

se procurar dentro da viola
a melodia na beira da corda
um som azul

se procurar no canto da boca
aquele beijo de beira de moça
um iguaçú

e se procurar por um espaço
pelas beiras entre seu abraço
um corpo nu

não vai encontrar nem mesmo o canto
onde se escondia por enquanto
o que eu fui

lembranças sem ter fim na minha beira
é de nascença em mim um mar pirata
tesouros que perdi por cordilheiras
tem mais presença em mim o que me falta

é de nascença em mim um mar pirata
tem mais presença em mim o que me falta

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