mora na palavras
uma arara
que repete a paisagem
sonora
carrega dentro do bico
um caracol maluco
que regurgita poemas
vindos lá do tempo
do manoel
fica lá
comendo e recomendo
pedaços de frases
de mil anos atrás
esse caracol
leva dentro do casco
um pedacinho de vento
que vivia em estradas
no interior do brasil
na poeira desse vento
voam cinzas de avôs
cinzas de índios
e fumaças de cigarros
que talvez o fernando pessoa
fumou
nesse grão de poeira
resta um silêncio gritado
que um poeta imaginou
e escreveu
e criou asas
e voou
e que hoje mora
numa palavra
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