quinta-feira, 7 de junho de 2012

tela camera cama

podia parar de chover
podia você estar aqui

  • mesmo estando debaixo do meu cobertô
  • na minha cama de criança
  • podia você estar aqui

    mesmo estando coberto
    no seu corpo de mulher
    tudo o que você podia ser
    inventamos na pele e em letras

    em pixels, em pontos
    em discos
    em giros
    em danças

    seu olho brilha
    no nosso quarto escuro

    os adesivos de estrela saíram
    faz tempo do teto
    dividíamos a mesma infância
    em tempos e espaços outros
    mas tenho certeza
    que toda noite olhávamos
    para o mesmo céu de falsas estrelas

    os adesivos de estrelas
    viraram estrelas
    o teto
    virou o céu
    a infância, agora dentro
    no único tempo e espaço que existe
    - aqui, agora, eu e você
    em toda noite que existe
    em todas as noites inventadas
    num céu de estrelas verdadeiras

    como qualquer poesia


    (poema a 4 mãos - Taiyo Omura e Carolina Amaral)

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