quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Emails para Natasha - Parte III

dia 14. a gente nunca sabe o que nos espera, não é mesmo! tanta coisa aconteceu nesses dois dias e tanta coisa não aconteceu do que havia planejado, que só pude escrever algo agora, neste exato momento, aqui numa pequena lan house de São João del Rey. Meu ônibus quebrou perto de Juiz de Fora, ainda bem que foi perto de uma parada, um restaurante, e demorou tanto pra arranjar tudo que peguei minhas coisas, eu não tinha nenhuma mala pesada, e saí do ônibus, e conversei com umas meninas que estavam almoçando. bonitas elas, a morena se chama Paola, é descendente de italianos (tem uns peitões daqueles de filme de Fellini, boca carnuda, coxas grossas) a loira (falsa loira) é a Deyse, usa um óculos de professora do primário, um pouco mais feia que a Paola, mais ainda sim bonita. As duas são do Espírito Santo e estão indo conhecer as cidades históricas. Depois de algumas conversas, alguns guaranás, elas me aceitaram na carona. No caminho, inventei uma história de que eu era artista (eu disse que era famoso ai no Rio), falei das poesias, e tal, fiz o jogo e elas fizeram os delas. As coisas foram acontecendo rápido e eu me lembro pouco do que aconteceu no quarto do hotel aqui em São João. Ah, bom, esqueci de mencionar a pinga daqui de Minas mesmo que compramos, boa! E então só lembro de flashes, pedaços de braços, pernas, bocas, vertigens, os gritinhos delas, o cheiro de pinga e de gozo que sujou a cama toda. Acordei com a cabeça explodindo, e como se o corpo tivesse separado da cabeça, lembrando daquela piada que o Diego contava "Deus deu ao homem 2 cabeças mas sangue o suficiente pra só 1 funcionar por vez". O cheiro do quarto era uma mistura indefinível de suor, mofo, e pinga. Para a minha surpresa, as duas não estavam lá. Tinha um bilhete na cabeceira: "fomos pra Tiradentes". Me levantei sem pressa e liguei a TV, estava passando um programa hilário sobre rock, era um mineiro, bem mineiro falando a história do rock e os diferentes movimentos do gênero. enquanto isso fui no banheiro e levei um susto quando me olhei no espelho. não reconheci o meu rosto. fazia tempo que eu não me olhava no espelho. mas o rosto que eu vi não era de um cara triste. aliás, era o rosto de um cara diferente, ou seja, tudo o que precisava, a pessoa que eu precisava pra me ajudar a mudar a minha vida estava ali, na minha frente, num espelho do banheiro de um hotel em São João del Rey. a gente não sabe mesmo o que o amanhã vai trazer. vou ter que sair daqui, meu tempo de internet acabou, e hoje vamos andar pra conhecer a cidade. ah, sim, pode deixar que eu não me esqueci do César.

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