pai
mãe
vó
mulher
filhos
bola
som
sol
laranja
poema
terça-feira, 29 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
#6
o cobertor se mistura com a lua
que mistura com a tua pele
no chocolate quente
a espera do esperma
morning sun ----------O´´´
*um segredo só pode ser contado duas vezes
o espelho da estrela
onde vemos sua estréia
o esterco e a esquadra de Colombo
o estranho e o ninho
de pombo
vo ar - - - - ali - - - - - - lá - - - - - - pousou um pensamento feito cago
longe posso ver minha descoberta aqui
teus olhos revirados
olhinhos de bola de gudi
o cobertor se mistura com a tua pele
a minha pele é cobertor?
não sei se é pé
ou se é não
minha mão só enxerga no escuro de poemas bem claros
no desentendimento eu clarifico o que não quero te dizer
o corpo
,,,,,,,,////torto
reconhece os limites do mundo através dos grãos de poeira que dançam na tua janela
posso jogar volei com a tua
meia?
camisas, sutiãs, cuecas, ah, um livro legau
anarquitetura / camamesa de jogar
o corpo se mistura com a lua minguante
desmilingua
numa língua inventada
que mistura com a tua pele
no chocolate quente
a espera do esperma
morning sun ----------O´´´
*um segredo só pode ser contado duas vezes
o espelho da estrela
onde vemos sua estréia
o esterco e a esquadra de Colombo
o estranho e o ninho
de pombo
vo ar - - - - ali - - - - - - lá - - - - - - pousou um pensamento feito cago
longe posso ver minha descoberta aqui
teus olhos revirados
olhinhos de bola de gudi
o cobertor se mistura com a tua pele
a minha pele é cobertor?
não sei se é pé
ou se é não
minha mão só enxerga no escuro de poemas bem claros
no desentendimento eu clarifico o que não quero te dizer
o corpo
,,,,,,,,////torto
reconhece os limites do mundo através dos grãos de poeira que dançam na tua janela
posso jogar volei com a tua
meia?
camisas, sutiãs, cuecas, ah, um livro legau
anarquitetura / camamesa de jogar
o corpo se mistura com a lua minguante
desmilingua
numa língua inventada
sexta-feira, 25 de junho de 2010
original é voltar às origens - estudo de poesia através do não-aprendizado
A primeira aula de poesia começou assim:
o professor entrou na sala cumprimentando os alunos
"adeus, tchau"
tirou do bolso um giz negro
e escreveu no quadro:
"NADA"
em letras garrafais e ilegíveis.
Sentou-se em pé
e perguntou:
"o que vocês estão lendo aqui?"
um nerd com dados de rpg nas mãos disse
"NADA!" e abriu um sorriso desprezível
ao que o professor:
"sai de sala
e sai da aula
você não está apto"
o nerd chutou os dados no chão
de raiva
e deu 6 - 6 - 6.
o professor perguntou, então, para a menina
cricri
chatonilda, aquelas cricri que responde tudo antes
ao que ela disse:
"está escrita uma palavra, fessor"
e abriu um sorriso sem mostrar os dentes
e fez o tique nervoso dela
que era piscar os olhos borboleteando.
o professor a expulsou também
ela saiu chorando
dizendo que ia processar a escola e o professor.
o professor tô nem ai.
até que por livre e expontânea avontade
um maluco doidão lá da turma
aqueles que não penteiam o cabelo
e toma banho só aos domingos
pra paquerar as moças
esse maluco levantou o braço altão lá
querendo responder o fessor.
"diga ae, aluno, sabe a resposta?"
"sei sim fessor"
"então, qualé?"
então o maluco se levantou pra dizer
como todos faziam para responder as perguntas
mas
simplesmente ficou calado.
é, calado. num falou porra nenhuma.
nesse instante a cabeça, o olho e o coração de todos os outros alunos
explodiu de gozo, de raiva, de medo, de fome.
o professor abriu um sorriso suburbano
e disse:
"você não deu a resposta. parabéns."
ao que se matou, pegando um poema e cortando sua garganta.
o aluno doidão
sozinho na sala
com os cadáveres
lembrou daquelas aulas de português do primário
onde falaram de uma tal antropofagia.
intão tá, comeu o célebro do fessor.
o olho de um colega seu cego
e o coração da menina que gostava.
foi assim que nasceu o primeiro poeta.
o professor entrou na sala cumprimentando os alunos
"adeus, tchau"
tirou do bolso um giz negro
e escreveu no quadro:
"NADA"
em letras garrafais e ilegíveis.
Sentou-se em pé
e perguntou:
"o que vocês estão lendo aqui?"
um nerd com dados de rpg nas mãos disse
"NADA!" e abriu um sorriso desprezível
ao que o professor:
"sai de sala
e sai da aula
você não está apto"
o nerd chutou os dados no chão
de raiva
e deu 6 - 6 - 6.
o professor perguntou, então, para a menina
cricri
chatonilda, aquelas cricri que responde tudo antes
ao que ela disse:
"está escrita uma palavra, fessor"
e abriu um sorriso sem mostrar os dentes
e fez o tique nervoso dela
que era piscar os olhos borboleteando.
o professor a expulsou também
ela saiu chorando
dizendo que ia processar a escola e o professor.
o professor tô nem ai.
até que por livre e expontânea avontade
um maluco doidão lá da turma
aqueles que não penteiam o cabelo
e toma banho só aos domingos
pra paquerar as moças
esse maluco levantou o braço altão lá
querendo responder o fessor.
"diga ae, aluno, sabe a resposta?"
"sei sim fessor"
"então, qualé?"
então o maluco se levantou pra dizer
como todos faziam para responder as perguntas
mas
simplesmente ficou calado.
é, calado. num falou porra nenhuma.
nesse instante a cabeça, o olho e o coração de todos os outros alunos
explodiu de gozo, de raiva, de medo, de fome.
o professor abriu um sorriso suburbano
e disse:
"você não deu a resposta. parabéns."
ao que se matou, pegando um poema e cortando sua garganta.
o aluno doidão
sozinho na sala
com os cadáveres
lembrou daquelas aulas de português do primário
onde falaram de uma tal antropofagia.
intão tá, comeu o célebro do fessor.
o olho de um colega seu cego
e o coração da menina que gostava.
foi assim que nasceu o primeiro poeta.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
hoje eu tava andando numa livraria e vi o título de um livro que talvez seja da áfrica e era muito interessante e pensei, caraca, acho que dá um poema
antes do mundo nascer
paçoca era feita com barro
antes do mundo nascer
não existia escravo
antes do mundo nascer
o sol não tava aceso
antes do mundo nascer
um kilo não tinha peso
antes do mundo nascer
nenhuma palavra era lida
antes do mundo nascer
a gente sonhava com a vida
paçoca era feita com barro
antes do mundo nascer
não existia escravo
antes do mundo nascer
o sol não tava aceso
antes do mundo nascer
um kilo não tinha peso
antes do mundo nascer
nenhuma palavra era lida
antes do mundo nascer
a gente sonhava com a vida
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Parábola do Cágado e do Elefante
............................................................texto da mitologia tailandesa encontrado dentro de uma ostra
............................................................parte do texto se perdeu ao longo do tempo
............................................................devido a ação das marés e de poetas.
............................................................recompilo aqui os trechos que consegui ler por ilegíveis.
............................................................as palavras que aqui não estão serviram de alimento para
............................................................pérolas escuras, de tão puras.
............................................................havia também uma ilustração junto com o pergaminho
............................................................onde o texto era exemplificado, e onde se pode ver
............................................................perfeitamente nada. foi elaborado pelos cagos de peixes.
............................................................coloco, em anexo ao final, na íntegra, a ilustração.*
sentado em seu casco, um elefante toca tuba.
a música reorienta o ritmo do cágado,
que passa a correr bem devagar.
ao tropeçar num edifício por engano,
o cágado capota, lançando o elefante e sua tuba
que entram numa carona de um caminhão
enquanto o cágado, imóvel, com o casco no asfalto,
fica preso na sua visão livre
do mundo ao contrário.
balançando as patinhas, desesperado, o cágado
só enxerga elas pisando os céus azuis
e pensa estar se afogando
naquele mar.
o elefante, a salvo, com sua tuba,
toca, então, um requiem bem bonito
para aquela morte imaginária.
*Ilustração:
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"ok você venceu batata frita"
................................................... ..........dissertação de mestrado dedicada ao poeta Rafael Sperling
estava estragada, de restos e restos de frituras de outras épocas históricas, desde os tempos em que os chineses começaram a utilizar o procedimento de fritura em pré-pastéis.
não saberia dizer ao certo, mas a música da Blitz não tem tanta influência em minha vida quanto o cu de uma formiga agonizando separado do corpo depois que uma criança que quer ser cientista maluca separa com a ponta de uma faca e analisa a olho nú.
mas, enfim, ontem, 13 de outubro de 84, percebi que aquela música seria importante na minha vida ou na minha morte. não sei, acho que foi superstição. decidi tatuar uma frase dela no meio braço. quando eu tinha 13 anos eu queria tatuar algo diferente, por exemplo, um dragão no braço. depois eu descobri que o que eu achava diferente com 13 anos era na verdade resultado de um implante de chip na região da medula, muito comum no período, em crianças que enxergavam visões poéticas.
a minha morte foi dolorenta e bizzarra, regurgitando não apenas o macarrão do almoço de ontem, mas as palavras que estavam presas amanhã.
só não consegui tirar do braço aquela frase. que ironia do destino.
hoje estou aqui, relatando tudo isso, toda essa mentira, e você acreditando.
porque é legal.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
relatos objetivos de viagens que não fiz
todo dia eu desarrumo minhas malas
e vou colocando nada dentro delas
trabalho no ramo de inturismo: turismo para dentro.
e sempre não tenho de fazer relatos objetivos sobre essas viagens.
a desobrigação me prende ao fazer.
para dentro de mim não levo nem pasta de dente
nem cueca.
para esse tipo específico de viagem
alguns itens inimportantes:
- um biscoito foffy que eu não achei em uma vendinha fudida em niterói.
- uma bolinha de gude que pode ser considerada olho.
(ela é muito boa para não enxergar,
por ela,
pode-ser ver perfeitamente
nada)
- um espelho quebrado que eu engoli aos 7 anos.
- além de outras coisas que me faltam.
- e outras coisas importantes que eu não preciso.
as paisagens de dentro são inóspitas para viajantes acostumados
andarilhos dizem que é porque o desacostume se faz com palavras
como se faz redes de renda para sonhar.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
desexplicações sobre o texto anterior
invento - verbo intransigente do feminino plural.
in: do latim: dentro de: tem o poder de um dois pontos ao inverso.
vento: força da natureza irresponsável por certas marés e erratas poetais, coisa que leva o recitar de pássaros pela tarde, canto que a lua faz no cabelo da amada, o que reside na cabeça dos loucos, mendigos e poetas, objeto usado para mover moinhos e poemas.
invento: será que o inventar é quando a gente vai ventilar até ontem o que estará de dentro?
invento
posso contemplar uma palavra
como um cão contempla um frango assado.
vê-la girar no mundo
(e no meu mundo)
é divertido
e eu babo.
posso contemplar um pôr-do-sol
mesmo sem ver
sem sentir o calor morrendo no rosto
aos poucos
posso contemplar sem tempo
nem templo
só eu
sou seu
todo sentido e sem sentido.
posso desembrulhar palavras numa grama
e fazer piquinique com as formigas
e os mosquitos chatos
querem beber um pouco do sangue
para se embriagar também
e voar por ai e morrer.
posso te dizer que te amo
posso te dizer o escambau.
acho a morte do sol afogado pela noite mais bonito
do que um quadro, do que um pássaro recitando o vento,
do que uma criança pulando corda.
mas tem um brilho de vida no olhar dessas meninas...
`as vezes não sei se é olho ou bolinha de gude...
aliás, será que ainda tem aquele saco de bolinhas que eu escondi no armário da minha vó?
segunda-feira, 14 de junho de 2010
passeio sem saída
você me pega mão
os olhos nas mãos as mãos sem perfeição
feito uma faca sem corte
e um corte na mão
a linha da sua morte
e a minha sorte
perdidas nas curvas sem direção
você me pega não
não me larga do meu pé
e pisa em falso com as mãos
lugares que não existem
pisando em migalhas
e pelas cadeias produtivas
do capitalismo
vão traçar as suas cifras
como rimas das guitarras
que não são com mãos tocadas
pelo mestre jimi hendrix
que desfaz as sua fênix
ao sonhar acordado o fogo do nada
com as mãos encharcadas
as marcas das mãos caem em escadas
que sobem pra cima e descem
o baixo
a guitarra
a bateria
bum-bum-bum-bum-bum asradsudhdfod
ttoa oifarfgoiiuhfrf
o solo
paiauaufuaeujmfeiv
paiaisiin PIAN!! 1 pIN!j!!O ! r EgfySD67cv jsDofjOAPAPPPAAJSID J pSIias didididcbsdy
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NOINSIEIOEIE LEWNIASUFYUUUU 1tgd sfuidY fuGIU@!# 7uw6 hmnaunununanananananNnnqD KAJNDIBUTRS34 QW32 Q32A2 1` 12 aqz4cf gbnv SBAcdfaijsd
palalplap lpalpal papalaplpalpaaplaplaplaplaplaplapl laplaplaplaplapalpal aplaplaplaplapslp alpal palpalpalpdl fpsl dplapsdlm aksjcaceirciriircrycyryryryryyrcyryyrycrrxyrcrycrycyrrycrycyr
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uhAHHAHHHAHHA!!!!!!!!!!!!!!! yuuuuUUUUU!UUUUUUU!U!U!U!UU!U!U!UU!U!U!U!UU!U!U!UU!U!
vkjkfv aodfppppaiafmfapmipeeueiene poiaeieineihunduineuneundninpinipfepiadj fjippasdnaimnaiiuuehfytabewaedntyabsnueniene e retrtertrttrirtiritirtiritritritiritritirtirtiritr t
kfoapp bmueghjiueoeiuhgfruiyyynnnuuunpa pa pa pa pa pa pa pa papa pa pa pap apap apappapaiapiapaipaia papanapnaan apjhudaddjijotoakjoj bbiehumomoob beuio,omo p beubpapapa p bebmebuieppppp BEMUmubebpbep mberumppmpompmrtatc cap kobmugitu a t ibmmi nittiti i i m tiititt i ititit itu tyt t tututu u tutuutnt uttun tutnutg tunt utunt jvai ti rtu p rpa rp p r appa ar[ a - - - - - -- - - pa pa pa pi apiapai pai apiapaanpina pian apinapian ap a pa pa paaaaaaaaaa ia i ia i po ipooiononieiunei e u U U U U U U U U IU IUU IUIUI U IU uu iu iuiuiuiiiuiio iui u i u bbaneuiuiuf nueeineieinenienienienienienpaovpao vpaoe vpiu o[ai [voai eorvpov iof v m mf n dtritirtiritritr
tiritrit
rtiri
tr
tir
itr
it
rit
rit
ritrit
ritr
it
ritr
uuuuuuuuuuuuuuuuuuyuyuyuyuuuyaiuyiuuiuhiuaiyuuyuyuyuyuyuyuyiyuyiuyuyiuyiuyiuyiyuiyuiyu
yiu
uyiyuntahcvauhcuenreanaaaaaaaaaaaaaaann
como naquela vez
ouvindo a primeira vez
tudo mudou
era uma homem na estrada
uma simples solidão
enfeitada de absurdos
que decoram o coração
incêndios calados
perigos perdidos
pequenas memórias
livros antigos
como naquela vez
na sua sala
perdemos o medo
de termos nascido
um pro outro
outro pro mundo
de outro mundo
onde cada palavra na verdade significa outra palavra na verdade significa
que nunca confiamos na palavra escrita palavra na confiamos nunca que
age com um espelho que só refletia refletia só que espelho um com age
separando o que era meu o que era seu seu era que o meu era que o separando
CRASSSSSSSSSSXXXXXXXXX_____-----------S______S___S_S_S__S_S_S_________
nas paisagens impermanên
tes
da suas pernas
percorro corrrrrrrrrrrrrro pleonasmoinunmeradididodidodididodididiod
coooorrrrrrroooooo perdidididididididididoooooooooooo e chuto a golll gol GOOOOOOOOOOOOOOOOOLL!!!
frases que a gente não consegue se esquecer de esquecer de dizer que não frases que não se cansam de voar pelo não consegue esquecer de se esquecer de si
si - lá solbemol
SI
SI
ZI-COmprID. ID, DIDI mocó sonRIsol
eu te queria te dizer outra coisa
eu te queria
te esquecer outra
coisa
eu de dia
te queria
outra coisa
mia
eu te dizia
linda
eu te querida
como vai você?
sábado, 12 de junho de 2010
próximos poemas ou contos
- um cachorro assistindo "O Balcão" de jean genet
- relacionar in the heart of darkness com a copa, vulvuzelas e comemoração do gol da áfrica do sul
- um poema sobre a dança afro e um japonês
- frases que eu tenho ouvido ou lido de alguém ai nesses dias que achei legaus
- um poema meio tipo o desentranhamento ouvindo frusciante alto e pensando na adolescência
- algo assins
quinta-feira, 10 de junho de 2010
visões muito claras
em pé surfando em cima de uma bicicleta com os braços lambendo o vento
descendo uma ladeira que sobe
a velocidade segue apenas a pulsão incessante das coisas que não existem
estamos numa nova dimensão
onde as leis da gravidade só servem para os otários
e pessoas que catam migalhas de civilização pelas vitrines
o mundo foi destruído por um poeta e recomposto pela imaginação
(nesse momento passamos por um mindingo falando no celular)
é interessante notar que nessa viagem
a paisagem na verdade é feita de tempo
ih, olha lá eu quando era criança
agora quando estava ouvindo jimi hendrix na aula de química
e agora quando tive filho...
tudo isso acabou de passar aqui no lado direito
no lado esquerdo está o espaço
ih, olha o ventre da minha mãe, mó escuro, mas é quentinho
alá, a maternidade em amsterdã, minha primeira casa no rio...
legal
vejo claramente, dá pra ver claramente, lá no fim dessa estrada
da pra ver claramente nada
sábado, 5 de junho de 2010
Não tente ler se você é escroto
http://cinzasdapoesia.blogspot.com/
Álvaro, além de amigo, é poeta, dos mais viscerais que eu conheço.
Sua visão de mundo vem doente dele, vem suja dele, como todo bom poeta suja o mundo, ele não se contenta com a melancolia e viaja no humor, dando uma rasteira no sentido.
Cada intestino delgado e bíle do seu metabolismo acaba por mastigar e vomitar as palavras.
Por favor, se você for escroto, não tente ler. Não tente entender.
São poetas como o Álvaro que desafiam a nossa idiotice, a nossa babaquice, de querer entender o mundo,
e nos propõem simplesmente vivê-lo.
quinta-feira, 3 de junho de 2010
lugares que não existem
subindo pelo lado direito do crânio
uma certeza escorrega as mãos
e cai no vazio da cidade cheia
cheia de gente olhando ali de baixo
gente sem roupas de baixo
gente que provavelmente não toca baixo
gente que pinta quadros com crânios
gente cheia de certezas
e morta ali no meio da rua
a minha certeza quer dizer as últimas palavras
agora antes do depois
que veio quando amanhã o tempo pula junto
agarrado gravando as suas unhas de relógio
nas costas da certeza
que sangra metáforas vermelhas
rosas, batom, sinal fechado, tomate, vulva
escorrendo pela rua
uma liberdade começa sujar as botas
daquela gente com certezas
e algum poema
feito de música, cinema
não sei bem ao certo,
começa a transformar as coisas pequenas
e nisso, de repente,
um jovem pára
no meio da rua
e olha ao seu lado
uma jovem
que também pára
no meio do lado
em cima e em baixo
em lugar nenhum
terça-feira, 1 de junho de 2010
versos da oitava série
"na sujeira do chão
eu dormia tranquilo
porque a sujeira
dormia comigo."
me lembrei, assim, do nada, desses versos que tinha escrito lá na oitava série!
deixa eu desexplicar:
eu sempre dormia em qualquer lugar
lá na escola.
no chão, principalmente.
não sei por que.
mas acho que deve ser essa vontade
de sonhar
que dá sono
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