subindo pelo lado direito do crânio
uma certeza escorrega as mãos
e cai no vazio da cidade cheia
cheia de gente olhando ali de baixo
gente sem roupas de baixo
gente que provavelmente não toca baixo
gente que pinta quadros com crânios
gente cheia de certezas
e morta ali no meio da rua
a minha certeza quer dizer as últimas palavras
agora antes do depois
que veio quando amanhã o tempo pula junto
agarrado gravando as suas unhas de relógio
nas costas da certeza
que sangra metáforas vermelhas
rosas, batom, sinal fechado, tomate, vulva
escorrendo pela rua
uma liberdade começa sujar as botas
daquela gente com certezas
e algum poema
feito de música, cinema
não sei bem ao certo,
começa a transformar as coisas pequenas
e nisso, de repente,
um jovem pára
no meio da rua
e olha ao seu lado
uma jovem
que também pára
no meio do lado
em cima e em baixo
em lugar nenhum
um londrino comum certo dia encontra uma mendiga caída na rua:
ResponderExcluirNEVERWHERE
não consegui evitar a referência, me pedroa?