sexta-feira, 18 de junho de 2010

Parábola do Cágado e do Elefante

............................................................texto da mitologia tailandesa encontrado dentro de uma ostra
............................................................parte do texto se perdeu ao longo do tempo
............................................................devido a ação das marés e de poetas.
............................................................recompilo aqui os trechos que consegui ler por ilegíveis.
............................................................as palavras que aqui não estão serviram de alimento para
............................................................pérolas escuras, de tão puras.

............................................................havia também uma ilustração junto com o pergaminho
............................................................onde o texto era exemplificado, e onde se pode ver
............................................................perfeitamente nada. foi elaborado pelos cagos de peixes.
............................................................coloco, em anexo ao final, na íntegra, a ilustração.*


um cágado atravessa uma auto-estrada.
sentado em seu casco, um elefante toca tuba.
a música reorienta o ritmo do cágado,
que passa a correr bem devagar.

ao tropeçar num edifício por engano,
o cágado capota, lançando o elefante e sua tuba
que entram numa carona de um caminhão
enquanto o cágado, imóvel, com o casco no asfalto,
fica preso na sua visão livre
do mundo ao contrário.

balançando as patinhas, desesperado, o cágado
só enxerga elas pisando os céus azuis
e pensa estar se afogando
naquele mar.

o elefante, a salvo, com sua tuba,
toca, então, um requiem bem bonito
para aquela morte imaginária.



*Ilustração:

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3 comentários:

  1. 'balançando as patinhas, desesperado, o cágado
    só enxerga elas pisando os céus azuis
    e pensa estar se afogando
    naquele mar.'


    aw.

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  2. Triste fim de Policágado.... foi na quaresma?

    Faz tempo que não comento, estive soterrado por um elefante chamado trabalho.

    Bom vê-los denovo!

    Abraço!

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