escrevo um soneto com meu corpo
e percebo que não é um soneto
já que não tenho forma
nem conteúdo
sou todo nada.
e bebo lágrimas da lua sem copo
direto no gargalo do galo da noite
gauche na garganta um grito entalado
sou todo nada.
escrevo um poema com meu sangue
mas não serve
porque poema que é poema
não coagula
sou quase tudo errado.
escrevo um silêncio com berros
acasalando socos com borboletas
acasalando formigas com bombas atômicas
acasalando olhos de moscas com boings 747
sou enquanto não me sou.
escrevo sinceridades falsas
sobre tudo o que não sei
sobre eu e você
sobretudo: nada
soumos eus e voceus numa jangada.
escravo com meu corpo
de palavras cativadas
escracho - SKASHOW - SCJAJREUH - SCRSJFCO
esterco - 01111100001101000100110100111000101111110100010010010
escrevo com meus medos
pesadelos mais sonháveis que a vida
escrevo com meus nadas
naus e as náuseas
de navegar por mares ias
como quem navega bacias
quentes de barrigas lisas
meninas
escrevo com meu desejo
de querer tudo ao contrário
odut oa oirártnoc aroga
só te prometo uma coisa:
minto
mato
meto
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não tenho mapa
a não ser meu corpo
Soneto mata e o corpo mente, quando quem mete escapa, você segue rimando em frente.
ResponderExcluirFiz um procê. Dá uma olhada lá!
Abraz!
É foda... no final das contas é vida é estar perdido mesmo, não é?! Humpf!
ResponderExcluirboing é?
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