domingo, 10 de maio de 2009

Mãe

Saí do seu ventre
para entrar para a História
você é o começo da minha memória

Fiquei na sua barriga
comendo a sua comida
sem ajudar na conta

ouví o que você ouvia
sentí o você sentia
e até sonhei seus sonhos

nosso coração bateu junto
no pulso da nossa alegria
de meu vir-ao-mundo

às vezes quando te vejo
percebo que você se vê
no meus (teus) olhos

às vezes quando sinto medo
eu guardo um pequeno segredo:
chamo o teu nome baixinho

desculpa se não comprei presente caro
não foi falta de carinho
sou apenas um estagiário

pra mim também só tem sentido
se o presente for sentido
como um poema espontâneo (especialmente criado)

você me deu a luz
nos sentidos infinitos dessa palavra
espero dar-te, então

o brilho dos meus olhos
ao viver na tua sombra

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