sexta-feira, 15 de maio de 2009

Vida Privada



Estava dormindo.
A luz acendendo me acordou.
Era ele.
Normalmente ele fazia de manhã.
Abaixou minha pálpebra
e começou.
A primeira foi de uma vez só.
Um mergulho até a minha garganta.
Depois demorou um pouco mais.
Saiu devagar.
Pensei na minha cidade,
naquele tempo em que eu ficava no meu lugar,
no meu canto.
Depois vieram e me tiraram de lá.
Me deram essa forma.
Às vezes não reconheço meu rosto.
Não fui eu que fiz o meu rosto.
Saiu devagar, mas saiu.
Ele se limpou.
Puxou o meu brinco.
O cheiro ainda ficou em mim.
Ele lavou as mãos.
E apagou a luz.
 
Não conseguia mais dormir.

7 comentários:

  1. Bonitos poemas, gostei muito. Volto aqui breve.

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  2. Posso indicar seu blog para um amigoque faz divulgação de poetas novos?

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  3. Obrigado, Adelaide e Clarissa.
    Pode indicar, é sempre bom contar com divulgação amiga.

    obrigado

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  4. O entrando Numa Fria...pede carona e passa pra conhecer seu blog....fui indicado a passar aki por amigos...uma vez que é prazeiroso fazer novos parceiros e conhecer novos leitores e amigos....

    parabens pelo conteudo...e voltarei..

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  5. adorei isso...
    -- me lembrou caio f.

    beijo

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  6. obrigado luisa!
    uma boa surpresa seu comentário, pois
    o Caio Fernando é um autor que eu conheço pouco, preciso ler algo dele.

    o que me recomenda como primeira leitura?

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