Tentei pegar a farinha que meus olhos moíam e colocar
no pão nosso de cada dia.
Essa doce farinha, sonolenta, infestada de teias-palavras, meias de aranha, fragmentos completos de ruído.
Eu embebia o que via numa caneca de fronteiras
mesmo sabendo que as linhas eram imaginárias
como o Tratado de Tordesilhas
as léguas
os mares
as léguas...
Dessa forma o amor: amorfo.
Mofo.
Mofo de livro que morre no poema, apodrece no poema.
Tento agora desistir de toda poesia
simplesmente matando o poeta
e parindo falsamente
um feto completamente
vivo.
Olho no seu rosto, meu rosto, pedindo um pouco daquela farinha
babando por aquela farinha; viu:
Ele/eu nem percebe que é para enganar estômago e coração
Ele/eu só quer a hipnose de uma métrica livre e uma rima canção
Ele/eu quer amar o poema entre a saliva e o pensamento
E ler o eu.
gostei muito embora tenha achado um pouco triste.
ResponderExcluirFaçã um bem alegre e feliz e me mande por favor.
Mas, foi bem escrito e bom pra ler, só achei um pocco triste.
obrigado,
ResponderExcluirengraçado, suas palavras, refleti:
a poesia tem que ser alegre e feliz?
concordo com um grande poeta que disse que a beleza tem um pouco de tristeza também, sem isso não é beleza...
a beleza é um pouco triste, não acha?
Acho que tem beleza nas coisas tristes, e graças aos artistas podemos vê-las.
ResponderExcluirAdjetivo que cabe em muitos sentimentos; Que está contida a vida, e não a vida está contida. Sei lá, obras de arte não são feitas sob encomenda. São presentes que não se olham os dentes...
Abraços