A buzina do táxi me deu um soco na barriga do ouvido
e a minha vida foi atropelada
pelo acelerado coração dela
ví o meu sangue manchado de poesia
pintando no asfalto uma rosa amarela
Siga aquele táxi
Não há tempo a perder
Não há vento no centro da cidade
então respiro com os olhos a poeira dos prédios e
o seu amor me sufoca
como se fosse um mergulho
do vigésimo andar
amarrado em fios do computador
Foi de parar o trânsito
e meditar em praça pública
o vento nos pêlos pubianos
invento a graça disso tudo
invento os carros, os motores e em transe: mudo
Foi você mesmo que disse que sabia dirigir
Eu te emprestei meu parto
te dei a chave do quarto
e fechei os olhos
não existem acidentes
só ácido no dentes
de quem corre na falta de asfalto rente
Olha o volante!
Olha o Dante, o inferno, Machado,
A apoteose dos ossos do carro
retorcidos e retumbantes
numa marcha
até o fim do sono
até o engano das curvas
as formas sinalizadas na chuva
mal implantadas na estrada
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ResponderExcluirUniverso urbano
ResponderExcluirdesencano
desarmo
desfaço
devasso?
cansado?
cante!
que eu canto
de outro lado!