Perdida na lembrança de um final de semana,
teu rosto me apareceu e as paredes da cidade,
teu rosto me apareceu como parede
e a cidade não era mais de pedra e madeira.
Os nativos se misturavam na feira
pedra-sabão e solidão
esculpindo no tempo o desejo de estrada,
deixando fotografias amareladas na memória.
A lembrança se constrói como cinema também,
recorte imaginário do real,
A realeza dos tempo coloniais, café colonial, pinga,
em cada ponta do morro uma igreja, um mar.
Longe vejo tua dança de folcore no meio da rua,
no meio do carnaval que não existe,
a cada degrau que subo, mais um caminho para a distância,
a cada jornal do passado, um sonho de minas.
O piano no lombo da mula, harmonia distante feita de chão,
Trem de ferro no chão de verde,
O quiabo servido se aquece de frio, de tanto sorrir de saudade,
fumaça faz sinais de cidade.
Onde foi parar a curva da estrada?
As pedras no chão são de farinha.
Enchendo a boca de solidão sozinha.Agora, cheias, diga: “Farofa”.
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