quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

pondo o motor pra funcionar

hoje eu quero cantar uma música
que liberte a dor
que seja água fria em dia quente
e dia quente em água fria

eu quero cantar uma musa
sem cor
transparentemente real
composta de quadros na parede do meu quarto

eu quero cantar o seu nome
do fundo do escuro atingir o tatame
e lutar judô com a Morte

eu quero cantar poesia feita de versos
viva de verbos como: amar, cantar, sonhar, mudar

eu quero entregar o coração em bandeja
comer pão com badejo
comer drummond e bandeira
eu quero entregar uma canção de qualquer maneira
no meio da noite
sem eira nem beira
mesmo que a bananeira
irrigue de sangue o mangue do cérebro já pensando

uma música de acordar os anjos e adormecer o sono
de poetizar poesia e perfumar flores
de afirmar o afirmativo e abrir firmas com nomes lindos

jogar damas com o infinito
jogar rimas no dito no bonito do mundo

bonitar o mundo com minha alegria
poesia onde os pingos dos ís são lágrimas
e os acentos circunflexos, ou chapéus do vovô

são casas pra morar

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