segunda-feira, 13 de setembro de 2010

o movimento de ficar parado

o vento passa
na janela dos meus olhos
o ventre aberto
e ela passa
com asas abertas
na janela do apartamento
o vento descobre
a cortina da memória
e nos conhecemos
fora do tempo
o vento e espaço
entre ela e eu
o vento sou eu
flutuando acima do som
de um sussuro suspenso no chão
o vento e escuridão
de quando eu abro os olhos
eu só vejo de olhos fechados
o vento na minha mão
na janela do desejo
um retrato onde se pode
ver perfeitamente
nada

uma janela escancarada
por onde o vento venta
enquanto o tempo tampa
promessas de um passado
eu caio sem rede
num chão que é céu nublado
enquanto me desoriento
com seu vento na parede
do seu quarto

o vento passa
o tempo passa
parado

6 comentários:

  1. Um invento de maio em setembro, valeu o teu pique apenas para chover no meu piquenique...aliás, seligou no piquenique né?

    Ah e quase que eu me esqueci que o tempo não pára
    nem vai esperar!

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  2. eu preciso olhar o vento

    obrigada, por olhar por mim

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  3. Cara, teu poema é uma briza. Boa!

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  4. um vento passou


    e levou minhas palavras...

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  5. hmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm.............

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