quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Não tal - Na - táli não

Era hoje era ontem
o desejo de ser livre
cada um com seu cabelo
reluzindo na vitrine com um presépio

Era sempre quase nunca
aquele frio na nuca
de presente passado de pai para tia
era quase uma família
naquele não tal qual não-tá-li-não

Um embrulho de fumaça
o cigarro não é mais de palha
na ferrugem dos cidadãos

Uma fita cor veludo
e não via quase tudo
pois ainda criança era um santo
não via quando os presentes chegavam na beira da árvore
para alegrar as crianças capitalistas

era um tal de lista e um tal de lista
lista de coisas que não serviam nem pras visitas
aquela gentaiada que nem sabia os nomes
eram brinquedos da moda, videogames, rollingstones
eram pais ausentes, dentes caíndo, felicidade dormente
a cada pedaço dos bombons, um terraço de saudade dos pais

quando abria o suspiro
com um pouco de dor no ouvido
de tanto as criança gritar
lembrança feita de mel
ou doce de leite
era um natal

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