é essa aula
um expresso popular que me leva
em comboio
sem pé no chão nem cara lavada
ninguém sabe que eu sei
que não sei
particular é esse meu mundo
logo meu, sem lógica nenhuma
imposição
e a respiração aumenta
quando combate a escuridão
viagem de cometa
sem rota indicando a colisão
com meus olhos
e meu é esse espaço
meu é tudo que vejo e faço
meu é esse desejo de ver e fazer tudo
me pertence o meu corpo (quando não há você)
a cidade também é minha
pois se não fosse
eu não saberia existir
sem existir de fato
só não é meu esse retrato
é coisa de prender um momento
eu que preso, prezo os sentimentos
não acredito em figura sem
movimento
de todas as pessoas
eu também sou dono
sou dono do mundo
e conheço cada uma delas
conheço simplesmente desconhecendo
eu é que dou força
pro mundo rodar
dentro de mim tem uma força
embora eu aparente não saber
usar
e vai girando, vai rodando
meu brinquedo particular (só meu)
mundo que não sabe nada
nem se controla
eu te domino com as mãos e bocas
você me obedece
porque se não obedecesse
eu não te dominaria
minha artilharia não é pesada
o que pesa é a consciência
ciências ficção, avançada tecnologia
pra que perder tempo com essa
desenvolução desenfreada
eu invisto o vento
nos teus poros
e descubro que o que sinto
é mais verdadeiro como o mundo sem
mim
estranho! não é de pedra,
nem metal, nem água,
como tentam te explicar por
dogmas lógicos?
e minha ditadura
não exige respeito ou admiração
eu dou liberdade numa engenharia livre
e natural como se o mundo
não me fosse
e tudo que pertenço não me
merece, não sou necessário
necessária é a vida e eu
fechando círculos, amarrando laços
são infinitas combinações do código
que me abre
nunca guardei segredos, pois se guardasse
não teria como tirar
tudo que esta em minha volta
é um pouco de mim
em revolta
(cadernos adolescentes)
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