quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

peguei meu cavalo
e saí por aí
vivendo distante
com você dentro de mim

no pensamento, só vento
vendo o dia passar
no horizonte um evento
o céu cor de violeta misturada com canela
cor de maça sonhando ser livre
corpo de moça
nu

corre, cavalo
não tenho pressa
mas quero correr

porque a vida dispersa anda depressa
e os meus olhos ainda não viram o mundo
inteiro

eu procuro
encontrar
apreciando a busca
como quem aprecia o vinho, a música, a arte
e parte de mim sabe
que nada vai me fazer voltar
nada vai deixar de ser
o que era antes de você

corre, cavalo
corre, calado

corre ao encontro do esquecer



(cadernos adolescentes)

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