quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Presentear

Hoje li o primeiro Vinícius
como quem buscava ler o próprio primeiro
tentando absorver a poesia
tentando trilhar a distância
eu me via cada vez mais casto
e culpado: coisa estranha

não me é belo falar do belo
pois ele já é
prefiro fingir que é belo o trivial
isso é trivial
jogo de palavras, nunca canso
mais pela piada depois da reflexão
a forma é mesmo livre
é o mesmo livro
livre em toda a sua falsa inocência de adulto

falar de amor, de ser feliz
de coisa escolar, poesia de giz
vale mais se jogar no vale
onde o passado dos poetas se faz presente
embrulhado nos laços das palavras

acho legal isso: presentear

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