quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Para aquela atendente da junta militar

(para os jovens de 18 anos da Zona Sul do Rio de Janeiro)



cheguei querendo uma informação.
estava preocupado com a minha situação.
relativa ao estágio.

você, com sua doçura de um canhão.
gritou: vai pra fila! - como quem cospe no chão.
e me veio o mau-presságio.

vi você se transformando e ouvi trovão.
um ser das cavernas, com um porrete na mão.
subervertendo Darwin.

me revoltei, mas pensei, coitada, é a educação.
que nesse país se faz menos pelo leitor mais pela eleição.
que vergonha, que coisa ruim.

a fila tava uma bagunça, sem senha, só a multidão.
tivemos que organizar nós mesmos, na base da discussão.
confiando na hora que cada um disse chegar.

o que era um simples documento, virou tortura ilusão.
graças a você, seu jeito troglodita, rindo ao dizer não.
um dia você vai ser legal, atendente da junta militar.

2 comentários:

  1. Hhahahahaaaha....

    é foda,as pessoas lá são bem grosseiras mesmo...
    Tá maneira a poesia!

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