o relógio também espera
olhando por entre a multidão
os ponteiros querem ser bússola
querem olhar as estrelas (ou a única)
ele também espera, de ter esperança,
que o seu mecanismo, hoje, possa
tomar partido na posse,
andar com segurança e em sentido horário,
e em cada marcação refletir o tempo
presente
as bandeirinhas também esperam
olhando por cima da multidão
as cores querem ganhar os ares
colorindo o incolor do céu de frio em calor
e enrubrescendo os rostos
querem se entregar aos bons ventos
não como bandeiras, mas asas
pulsando nos ares em bando, do céu distribuindo
presentes
e no centro das atenções
a palavra, mais que a imagem?
quer ser feita relógio e bandeirinha
quer ser de vento morno
quer entregar doces e levantar caídos
a palavra não quer mais ferir
não quer esconder murmúrios de dor
a palavra quer o seu destino na História
presente
e lentamente, abraçando a todos com seu hálito
toma posse dos nossos sentidos, ainda inebriados,
deixando nos sorrisos fragmentos de perguntas
filosóficas
e ainda viva, a palavra percorre os cantos do mundo
abraçando outras palavras de crítica
como uma família de palavras que se encontra depois da
guerra
uma conversa
calçada
palavras ou não
só precisa a presença
poeta,
ResponderExcluirque linda dança de palavras,
onde em meus sentidos
transformam se em
notas musicais.
bjs
sim, vou dizer o óbvio, são lindas suas palavras, o que não é lindo
ResponderExcluirsão os contrastes,
as origens do
empossado,
e a máquina-sitema que o movimenta,
o resto é tudo lindo que a
poesia inventa e
reinventa,
¨
obrigado pelas gentis palavras,
ResponderExcluirelas são sempre motivadoras de descobertas
obrigado