sábado, 10 de janeiro de 2009

Rolo Compressor

eu não quero ser um rolo compressor,
um império,
destruindo e subjulgando as línguas com meu poder
e minha força bélica,
e arrancando raízes e devastando terras.

eu não quero elevar muros em fronteiras, aplicar multas em
dias quentes,
obrigar o Sol de levantar-se daquele lado do horizonte.

também não quero eu ensinar o padre a rezar a missa,
catequizar o índio, prender o passarinho na gaiola,
jogar fora a vitrola.

mas principalmente:
eu não quero o óbvio, a fila de espera em linha reta,
a fala certa, a seta e a meta, o desrespeito ao Totem brasileiro,
a proibição do dizer verdeiro, a sala de espera, a sala de espera,
a espera.

o rolo compressor ainda está ali, no meio da rua, olhando com sorriso,
comendo asfalto, gritando palavras de ordem.

o rolo compressor ainda lembra do dia em que foi para escola,
da cola, do osso.

o rolo compressor não é o sistema,
não cai, não diz o que vale a pena, não pensa, não sai.

o tolo compressor,

o tolo com pressa.

4 comentários:

  1. É, me fez pensar. Até que ponto sou um rolo comprensor? Bem, espero que não esteja sendo...

    Um grande abraço,

    http://inspiracoesmatinais.blogspot.com

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  2. Senti-me esthremamente honrada com sua visita,
    poetastes como um Dionísio
    diferente, criativo,


    bjs,

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  3. Olá,
    Suas palavras retratam exatam a realidade vivenciada no ontem , no hoje e infelizmente será amanhã se não nos unirmos e libertarmos nossas crianças desse rolo compressor.
    Parabéns, fui relembrada de tudo pelo que luto.
    Katia Cristina

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  4. Quero agradecer a sua visita...
    tens um excelente blog, e adorei o texto...
    faço minhas as palavras do amigo acima (inspirações)...até que ponto eu sou um rolo compressor ?...

    bjus
    sempre vou visitá-lo...

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