quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Enquanto cago

enquanto cago, escrevo poesia num caderninho

ou melhor: enquanto cago poesia, escrevo com o barro
no azulejo submerso uma mensagem submarina em código
Morte

putrefato
artefato
artesanato do barro mais meu

do barro que também é de Deus

enquanto cago
me torno um Criador.

3 comentários:

  1. Algumas palavras teimam em nos deixar afônicos

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  2. Adorei sua coprosa, sua copropoética! Eu também pratico o esporte e, como você, constato a mesma dimensão cocósmica dos excrementos. Li recentemente o delicioso livro de Patrícia Mello, entitulado "Jonas, o copromanta". Recomendo que o leia, sentado no vaso e com seu caderninho. Você vai entender o motivo. O personagem defende ter criado a dejetosofia, mas assim como ele, também reivindico a autoria de um processo que se baseia na observação da geometria dos dejetos com fins divinatórios. Gosto quando surgem decágonos, mais pela rima que pela interpretação! Enfim, parabéns pelo blog e pelo poema!

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