quarta-feira, 11 de março de 2009

Repente feito de repente ao pé da Cruz

(Para ser lido junto com alguma sinfonia de Mozart)


eu sou um viajante
que, embora jante
foi anti-ontem
eu sou uma bomba
um laxante ambulante
sujando o mundo
sujismundo
um sushimundo
do sertão do Rio de Janeiro

eu sou um brasileiro
um braseiro de fumaça
não sei escrever nem meu nome
mas passei com nota zero em fome
passei por poucas e boas
fiquei rouco de tanto futebol e carnaval
passei mal de tanto ser feliz
e agora tenho tudo o que sempre quis
um farelo de bis, fui no Vik Muniz
pra ver a arte de chocolate, a única que entendi

eu sou carioca do sertão da Parabólica
sou japonês das praias de Copa do Mundo
sou um craque perna de pau
lanço meu coração no fundo da rede globo
jogo dinheiro no vento no vendaval no tempo
e gosto muito, mas muito mesmo de coxinha de galinha
temperada com coentro

eu sou filho do Brasil
dessa terra tão bonita e tão sei lá
comprei óculos escuros e agora fico em cima do muro
observando as bundas as lajes e as lindas paisage

ah, ahdoro viage
Viagra, Vadiagem!
é meu grito de guerra
o bom daqui é que é Paz
o tempo inteiro é Paes
no sertão do Rio de Janeiro

a viagem eu sou um viajante infante
elefante voador

Um comentário:

  1. Bárbaro! Lindo poema! Acho que ser brasileiro é isso aí, não se encerrar em um conceito, não se fechar para o resto! Bjo no coração!

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