(obs: o tempo da leitura é pausado, e vai aumentando até o final,
os últimos versos devem ser recitados em frente ao espelho do banheiro)
fechei os olhos.
consigo escutar o sangue nas veias.
não é o sangue que está vivo.
nem o coração.
um cachorro ao longe tenta encontrar eco.
de repente desperto. é mais fácil ouvir
de olhos fechados.
os insetos juntos são um uníssono.
o vizinho caminha no teto.
vou procurando o escuro
o escuro que via quando feto.
mas sons evocam imagens.
o telefone toca, é alguem.
algo parece que está nascendo...
cresce uma voz, lá do escuro...
um som surdo, incerto
é uma imagem no ar
difusa, fora de foco,
como quando o asfalto está quente
e vem, de repente, um vulto
caminhando, correndo
tropeçando no vento
estou na bicicleta do corpo
no automóvel do meu corpo rápido
que corre na direção do escuro, do quente, do vulto...
do atropelamento morre uma prosa
e nasce uma poesia
Como sempre, divino! Vou colocar teu poema (undo Falso) no meu blog agorinha! Bjs
ResponderExcluirPoeta,
ResponderExcluirE só assim, na levi- tação da hora alta e fria, porque a noite me leve, sorvo, pura, a alegria, que outrora, por mais breve, de emoção me feria. poesia ...
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