segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Ouvindo Bach

A pura forma invade o pensamento
O pêndulo lento do Sol ao girar em torno da Terra
aquela forma bela
o solo, o Sol, aquarela feita pelos sonhos

pura fonte de formas
bruma fonte das horas
forma o tempo e o espaço
forma a fonte que nasce
que brota da própria forma
simbiose torta, perfeita, humana

A pura forma invade o pensamento
que desatento se transforma
em própria forma sólida, ocupa lugar no espaço dentro do pensamento
que se desvia de novo em constante movimento
aos céus, aos mar, ao novo milênio

Não há silêncio se não a forma
se sentir ao mesmo tempo que a nota chora
a nota que está atrás da nota, que isoladamente se esgota, entre as formas de desvio de rota
a frota marítima do concerto, o centro vazio de fora para dentro

triângulo cujo vértice esquece qual lado se veste de preto qual se veste de branco
o sonho azulado, a noite vermelha, o sangue laranja a cor perfeita

dentro da melodia a palavra que se exprime extingue o sentido, dentro da melodia a expressão do movimento que foge da sensível, dentro da palavra em fuga de sua vida perdida melodia, dentro do sentido que melodicamente se ex-vai pela rua sem saída que liga ao pensamento, nesse exato momento que pensamos escutar a melodia de dentro, se sublima, se sublima, se sublima

a pura rima

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