domingo, 29 de março de 2009

Pós

antes da política

meu amor eu ví o fogo primordial dos homens da caverna

antes dos poderes

a faca no peito coagula o sonho e transforma a dor em moldura

antes dos governos

meu grito se vai num ai que não parou até agora

e antes dos sistemas

algo infinitamente eterno perdura e seu devir
sangra

depois dos ministros

o que fazer na certeza de caminhar abismos

depois dos títulos

preciso de contar algo que nem mesmo sei

depois dos bispos

99% dos alemães votaram no nazismo hoje em 29/03/1936

e depois da vida

algo infinitamente eterno perdura e seu devir
pulsa

fazem promessas

não é de pedra que se constrói um sonho

fazem memórias

um pedaço de papel, se não é poesia, só pode ser vegetal

fazem discursos

os tambores da guerra parece que tremem os vulcões e hotéis

e fazem morrer

mas algo infinitamente eterno

muda

2 comentários:

  1. Aquele Azul que levou nosso Trem
    Derramou Lô na Esquina
    e se Transformou nesse Sonho Real
    Tudo que podia ser e não foi

    (Um Dia)

    Quando eu penso em tanta coisa
    Que ficou por dizer
    Bebo a chuva da Montanha
    E sinto o Vento de Maio

    (Até um Dia)

    Solto a Voz nas Estradas
    Antes do Pós
    Na frente do Cais
    Para ser Nascimento

    (Até um Dia Acabar)

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  2. Nossa,poeta,
    venho aqui comentar o teu cantar,e acabo tb cantando os versos do amigo Rafael.Vamos descontinuar,pois só depende de nós.Sinto tua falta no meu blog.
    Beijos
    Mari

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