Continuando a discussão sobre a História da Música brasileira, o professsor Avelino nos trouxe um texto do compositor Sérgio Mendes.
O texto dada de 1972, cinquentenário da Semana de Arte Moderna em SP, e se posiciona criticamente quanto a visão nacionalista de Mário de Andrade, e como ela significou um retrocesso no desenvolvimento da linguagem musical brasileira.
A ênfase de Mário era no folclore, como base do nacional e conduzindo para o universal.
Defendia, no final das contas, contraditóriamente, um modelo neo-clássico enxertado de folcore.
Ou seja, norteado pelos padrões tradicionais da música européia, Andrade prega um retorno ao final do século XIX em termos de linguagem musical, enxertando o folclore, e vendo nisso a "verdadeira e única" música brasileira erudita.
Esse patrulhamento ideológico será predominante após a semana de 22.
Até a semana de 22 a música brasileira está próxima do desenvolvimento europeu, afinada com o debate musical.
Para Mendes, Villa-Lobos é um inventor, está atualizado com as questões européias, experimenta novas formas, novos modos de fazer e pensar a música.
Sérgio Mendes vai pensar: quanto mais inovação pessoal do artista, mais nacional é.
O critério agora é a criação.
Parte da vanguarda dos anos 60 - chamada Música Nova - da qual participava Rogério Duprat, e que mais tarde iria aplicar na música popular - Tropicália - os conceitos experimentais ; Sérgio Mendes, ao contrário de Mário de Andrade, achava que "modernismo" não erasinônimo de "nacional".
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