Diferentemente daquelas conversas de oi tudo bem beleza depois a gente se fala tchau, começamos a conversar sobre os assuntos mais variados e metafísicos. Como se algo precisasse ser dito entre nós. Como se tivessemos marcado de bater um papo.
Nunca chegamos a nos conhecer direito.
Apenas nos encontramos algumas vezes, ele já tocou violão na casa da minha vó, e fizemos uma filmagem, há bastante tempo atrás, onde eu era um terrorista japonês.
Lembro que ao pular no tronco de uma árvore, joguei farpas no olho do Tupi, que estava deitado no chão.
Conversamos no campus da UFRJ. Ele está fazendo psicologia. Andando e conversamos, fomos parar numa área do Instituto Pinel, que trata de "doentes mentais". Nunca tinha entrado lá. Nesse lugar específico era como uma vila.
O bonito é que tinha jardins, árvores, e plaquinhas pintadas pelos internos com escritos e desenhos:
"o EU é essa árvore"
"precisamos é de injeção de alegria"
depois entramos no tal "campinho" do pessoal da ufrj.
É um lugar bem grande, com vários campinhos de futebol, com árvore, grama, estava rolando um pagode com os funcionários, era sexta, futebol, cerveja, pagode, crianças, enfim, Rio de Janeiro.
Às vezes, por caminhos mais inesperados, oportunidades aparecem de se comunicar, contactar pessoas e lugares que, por alguma razão, precisavam desse contato.
Um stop.
Pensar um pouco o que está acontecendo.
Desacelerar a vida que já não é sua, para voltar a engrenar em direção aonde se realmente deseja chegar.
"o Eu é essa árvore"
Às vezes penso que minha missão é jogar farpa nos olhos dos outros para eu mesmo enxergar melhor.
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