quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
canto
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
papel encontrado no chão de uma rua imaginária
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
Sonho Lúcido
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Onironauta - 1
Sonho do dia 22 de novembro de 2010.
Na estrada SP-RJ. No ônibus.
O sonho era um filme.
Tinha voz off narrando.
Como se fosse um diretor, um narrador.
As partes iniciais eu lembro pouco.
Sinto como se 2 cenas tivessem sido desenvolvidas, algo como um barco a vapor, mas logo depois o narrador (eu) disse que não era esse o filme.
Estou num trem ou ônibus. Uma mistura dos dois.
Como se fosse um ônibus bem longo. Pessoas dentro.
Um cara com terno está olhando aquele quadrado de ventilação, parece que tem uma mulher de vestido lá. Ela parece que recita um texto teatral.
Pergunto para um dos comissários de bordo: o que é aquilo?
Ele responde que depois eu vou entender, que eles estão ensaiando.
Sinto como se eles fossem de uma cia de teatro que faz teatro em lugares públicos.
(pensando bem, isso tem a ver com o Peter Brook que eu tava foleando)
Um dos comissários era o Romério, meu antigo inspetor da escola.
Ele estava distribuindo cobertores e explicando que era pelo EFEITO .... não lembro o nome do efeito, mas era semelhante ao filme A ORIGEM.
Um pequeno fone de ouvido, localizado no apoio do assento, quando colocado, você começava a ouvir o sonho e entrava nele. Comecei a entender o porque do cobertor. Vi exemplos de outras pessoas, sentindo frio, e como num filme, entrei na subjetividade delas e vi que no sonho estava nevando.
Acho que coloquei o fone.
Uma rua, semelhante a da capa do disco Wish You Were Here do Pink Floyd, uma pessoa vestida com o corpo de um pássaro (mas a carne do pássaro estava assada, estava como se fosse para comer e os olhos piscavam, os olhos tinham vivacidade) e no chão ele ia interagindo com uma outra pessoa vestida de pássaro.
O mais impressionante é que tocava uma musica, com letra em português e violão dedilhado:
“tua pele.......
tua .....
manoel de barros...” a letra eu não lembro, mas era bem elaborado...
o pássaro então bica a cabeça do outro pássaro no chão e arranca-a desvendando uma cabeça (que era a do meu personagem no sonho) mas a cabeça estava virada ao contrario e sorria...
percebi que estava num sonho, a musica continuava em fade, vi de olhos fechados o ônibus que estava, com a mesma textura granulada do sonho/filme e abri os olhos, com a musica rolando ainda e sumindo em fade!!!!
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
escribir
no tengo nada
Tantos tontos
sábado, 6 de novembro de 2010
sueño lúcido
se extendem dentro de mim
em espirais
e palavras se convertem
ao zen-budismo
sem emitir som
sal
só sim
caminhando dentro desse abismo
me viro o avesso
e vejo o mundo transvisto
faz parte de um sonho
lúcido
e nele te convido
para sonhar compartilhado
o sonho dos deuses
que somos
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
La Danza de la Realidad
através dos 4 operadores matemáticos básicos:
somar, subtrair, multiplicar, dividir.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Pacìfico: primeiras impressiones
no Oceano Pacífico
pela primeira vez
sempre pela primeira vez
poderei supor que ele só existe
quando eu o piso
o que significa que
o Pacífico só existe
se eu existir
(o fato é que eu ñao existo
ai fica difícil o raciocínio).
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
espanto
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
como?
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
filme "poesia"
terça-feira, 5 de outubro de 2010
aberta
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
na estrada
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Processo Criativo - reflexões sobre fazer poesia (ou ser desfeito por elas) - parte 3
domingo, 26 de setembro de 2010
Processo Criativo - reflexões sobre fazer poesia (ou ser desfeito por elas) - parte 2
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Processo criativo - reflexões sobre fazer poesia (ou ser desfeito por elas)
dorme
a voz da billie holiday
tchau
terça-feira, 21 de setembro de 2010
"Vento Lírico" - crítica do livro da poeta Mari Coli
À julgar pela capa do livro, o leitor já tem a ambiência poética necessária para desenvolver sua sensibilidade nessa aventura pelo rio de palavras de Mari Coli: uma menina, em preto-e-branco, carrega uma garrafa d`água de vidro, deixando o conteúdo cair, enquanto corre para dentro de uma casa em ruínas.
Poeta de sensibilidade ímpar, com um olhar fotográfico para as coisas, Coli começa o livro pelo título, destacando a importância da natureza. uma atitude notadamente romântica. em que os sentimentos ganham repercussão nos fenômenos naturais e vice-versa, algo que veremos em quase todos os poemas do livro.
Vento que às vezes nos lembra de frases...
A importância da poética mineira-universal do Clube da Esquina se faz presente, como uma suave neblina sobre esse rio palavral. Aliás, não seria de todo mal rebatizar o livro com esse outro elemento: a água:
despertar pro cio
nem mais ócio nem receio
meu seio agora se ocupa de delírios
tão rápido o desejo enrijece
outro desejo irriga"
A sensação que fica é da ligação inquebrantável dos átomos de água, ao ler suas palavras, percebemos que a coesão entre elas é impossível de ser quebrada, cada palavra está no seu lugar e dá as mãos, numa corrente fluida, à sua anterior e sua próxima, formando um rio, por onde o leitor é jogado e navega.
"não importa quem eu escolha
sou sempre a última a chegar
é porque venho de longe
e tem sempre água no caminho
meu lugar é além
meu ofício é temporário
meu tempo está suspenso
sim, tenho ao meu alcance
nuvens, cores, ventos
tenho passado e tenho futuro
É nessa metáfora, tornada concreta pela própria natureza de suspensão com ondas de tensão que a poesia de Mari Coli provoca no leitor, que nos aproximamos melhor da obra ainda pouco reconhecida no cenário literário, mas de grande valor poético.
Outro prisma é justamente a fotografia.
Depois de 2 anos em viagens pela América Latina, fotografando com sua máquina Laica, Coli enfrentou uma daquelas situações epifânicas que transformam a vida de maneira brusca: numa sessão de fotos com descendentes de nativos incas no Peru, teve seus filmes roubados por narcotraficantes. Numa típica trama mirabolante policial, os traficantes confundiram os rolos dos filmes com um outro carregamento de cocaína, também colocado em rolos de filmes para despistar as autoridades. Enfim, o que se sucedeu foi um insight crucial para a poeta.
- Como seria fotografar sem filme?
Começou a elaborar seus poemas enquadrando sentimentos como quem se posiciona diante do real para tirar uma foto sem filme. O que é revelado é exatamente nada. Ou seja, poema.
Em "Vento Lírico" temos a criação de um gênero literário híbrido, uma espécie de foto-poema.
Interessante notar a relação contraditória entre os dois fundamentos da poesia de Coli: ao mesmo tempo líquida e fotográfica.
A fotografia, como diz Benjamin, é uma ilusão de movimento através do princípio da persistência retiniana, ou seja, acreditamos estar vendo um movimento contínuo, mas o que temos são fragmentos congelados de imagens, sendo projetados tão rapidamente que percebemos como um movimento fluido.
A poesia do livro surpreende e surpreenderá ainda mais, pois assim como fotografar um rio, a cada segundo estaríamos fotografando outro rio, como tão belamente recomendou o filósofo pré-socrático Heráclito de Éfeso: não se pode entrar no mesmo rio duas vezes. (quanto mais fotografá-lo, como faz Mari Coli)
O que fica, ao percorrermos esse rio, é a imagem do tempo passando pelos lados, e a certeza de encontrar, num horizonte próximo, mas distante, como todo horizonte o é, o grande oceano de todas as poesias.
"Lembrança Impossível
“And I wondered if a memory is something you have or something you've lost”
O cheiro da casa
E das cortinas
É lembrança que eu conheço
Mas que só se rememora
Se o cheiro é novamente sentido
A casa foi demolida
As cortinas, talvez, dadas
E ornam a sala de outra casa
Quando sonho
Com sorte
Posso entrar novamente na casa
E me enrolar nas cortinas
Fazer delas um casulo
E me sufocar contra o tecido
Mas sentir o cheiro delas novamente
Isso é impossível"
domingo, 19 de setembro de 2010
Pão Nosso da Poesia
sábado, 18 de setembro de 2010
aejertxfhjcxrtyxty
você não sente cosca?
seu processo criativo é muito morgado, taiyo.
acho legal anotar frases assim desconexas, sabe?
essa poesia foi feita agora
essa frase foi feita agora
mas eu fui feito amanhã
meu presente embrulhado com fitas elásticas da imaginação
vaginação
imagem
é depiladinha tua vergonha
que chega a ser orgulho
compre fita crepe
what the fuck?
(risos)
calcinha rendada púrpura
rosa púrpura
cair
o
rosa púrpura do cair
o
(por que todas as análises de filmes têm que ser homoeróticas?)
o
----------
o
(escreva na linha pontilhada a sua tara)
pro meu mundo ficar odara eu só preciso de:
- chocolate alpino
- barato de transa
- manoel de barros
- kubrick
- sorriso cativante
- meia calça rasgada
- e5656u56udrthghjc
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
desverde
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Encontros com Taiyo Omura
primeiro homem
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
o movimento de ficar parado
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
poesiar como quem voa
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
transar como quem voa
mandar freud tomar no cu
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
aqui
teu corpo
abismo revisitado
nós
terça-feira, 24 de agosto de 2010
dobradura
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
gravidade
sábado, 21 de agosto de 2010
aniversário do blog - 2 anos
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
brincando de arnaldo antunes mas podendo depois reescrever, mudar o título e virar uma poesia mais com cara de poesia séria
terça-feira, 17 de agosto de 2010
elefantes em posições de yoga
Uma breve estória do eu finito
sábado, 14 de agosto de 2010
cair
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
mapa
sábado, 7 de agosto de 2010
Paraty
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
salva me saliva
domingo, 1 de agosto de 2010
lista preu me lembrar: salvador/semcine/uff
quinta-feira, 22 de julho de 2010
velhos sapecas
hoje voltando do remo parei a bicicleta na frente de uma lanchonete para tomar um açaí e enquanto estava colocando a corrente dois velhinhos, bem sapecas, me pararam, um perguntou ela é toda de alumínio? eu respondi que sim e ele perguntou se podia levantar, pegou nas mãos o guidão e levantou e fez uma cara é é boa! uma dessa pra mim ia ser boa, essa tá bom pra velho! ae o amigo dele me mostrou a parte de cima da mão direita e disse ó aqui isso aqui é que eu fui atropelado quando tava andando de bicicleta, e me mostrou uma cicatriz grande, um risco meio branco-cor de pele. eu falei caramba foi por aqui? e ele é. ae o amigo dele, com uma cara bem sapeca, olhou pra mim e disse sem sair som da boca, só gesticulando com a boca, ele é barbeiro...
quarta-feira, 21 de julho de 2010
um poema de taiyo omura
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Ditado - nota R
domingo, 18 de julho de 2010
o poema anterior era um poema
quarta-feira, 14 de julho de 2010
aviso aos meus 3 leitores assíduos
segunda-feira, 12 de julho de 2010
costura
domingo, 11 de julho de 2010
E assim, no meio da madrugada, vem um canto que eu cantava com as vísceras, depois de saber que...
sábado, 10 de julho de 2010
estrela cadente
isso foi agora, daqui a pouco.
vai passar uma estrela cadente
eu vi e fiz um pedido
pedi pra que eu pudesse voltar no tempo
antes de passar a estrela
para poder fazer um montão de pedido
que eu não sou bobo nem nada
e agora passou uma estrela no céu
fiz um pedido
se eu puder pedir pra voltar
a um milhãozíssimobilhonésimo de tempo
antes da estrela passar
eu posso aproveitar e fazer outro pedido
na hora eu invento
e olhei e passou!
uma estrela cadente
vou fazer um pedido
fiz
foi agora
antes vai passar uma estrela
eu tava sentindo depois
que ia
e olha a estrela cadente
chão
risco no chão um círculo. ao redor de mim.
de dentro dele pulo. para cima. mas caio de novo.
algo não me deixa simplesmente voar. é o círculo.
apago.
desenho um quadrado.
um quadrado tem quatro cantos, bem como o elevador.
só que quando a gente fica num, só tem três.
então na verdade o quadrado tem sempre três lados.
anotei isso com caneta preta no meu braço, acho que é importante.
(sei lá, vai que cai na prova de geografia?)
apago o quadrado. já aprendi.
desenho uma casa.
dentro dela tem pessoas, eu sei que tem, não precisa desenhar.
qual o nome?
acho que eles não são de ficar falando com gente estranha.
devem ser de outra cidade.
apago a casa, eles foram morar em outra, não tem problema.
deito no chão e desenho o contorno do meu corpo.
levanto e olho. dou tchau para mim. mas não recebo tchau de volta.
- é que eu sou tímido.
me puxo pela perna até ficar de pé.
você é da minha altura!
pronto chega já brincamos.
apago meu contorno. fica o chão ali. só o chão.
mas tem algo diferente.
parece que o chão tem vida ou coisa assim.
foi o chão que me ensinou que eu não tinha limites.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Pensar/fazer kynema/somnema
durante a própria filmagem do filme que o Grupo Lelepídedo de Criação está realizando, algumas questões vem à tona:
- liberdade.
muitas vezes o processo de realização impõe um resultado estético.
um filme de grande orçamento, dependendo de várias empresas, tendo que responder pelos seus argumentos, não pode se dar a liberdade de filmar o que quiser, de dizer o que quiser.
trazendo isso para a realidade subdesenvolvida de jovens da classe média que somos, com recursos digitais bons, e uma certa irresponsabilidade, os métodos possíveis de se realizar um cinema realmente surreal, que tenha impacto e vigor, não podem deixar de serem pensados/feitos, não necessariamente nessa ordem: pré-produção, produção, pós-produção canônicas.
afinal, o que é um filme?
na idéia?
tudo começa com a vida. o que você viu ontem dentro do ônibus vindo para o rio?
com quem você ficou? o que uma árvore te contou? em quem você vai votar para presidente do brasil?
no tema? o presente.
mostrar não só a fome de comida, mas principalmente, a de idéias.
mostrar que não queremos nem a faca, nem o queijo, mas a fome.
no enquadramento? a função da câmera varia de acordo com a desfunção mental. quanto menos razão melhor.
todos os mestres podem ser seguidos. dialogar com eles.
na movimentação de câmera? pesquisar o tempo.
e a câmera estática? pesquisar o espaço.
no som?
o som falaremos mais no somnema
na música?
a música como ruído produzido ao se jogar coisas que não existem na tela.
a música como a criação de um universo que não existe mas a gente acredita.
a música como manipulação invisível do sentimento de um tijolo.
- enorgia: energia/orgia.
usar as expressões do corpo.
usar as inexpressões da alma
beijo, gozo, sexo.
engendrar a câmera dentro de um ritual de movimento e repouso e repetição
a câmera tanto pode ser a fogueira como a roda ao redor dela.
o importante é não registrar uma visão. ser uma visão. e ser um tato.
filmar com olhos vendados uma luta sexual.
uma suave violência.
o câmera morde o cangote da atriz e geme junto com ela.
- poética da antropofagya das aculturas
nosso herói nunca foi herói nem ator
nossa câmera tem miopia - que é a minha utopia
não enxerga de longe - é preciso estar perto, junto, colado, se movimentar junto
lutar junto, suar junto, entrar no ritual, desnudar a câmera é enxergar de perto - CLOSE: abrir.
ele é índio tomando coca-cola.
para nós é até branco. multicores. incolor.
no CineOP vimos um filme filmado por uma tribo indígena falando de um ritual.
esse índio, com sonhos americanos, é um sujeitobjeto dos nosso cinema.
assim como a visão que temos do índio que mora dentro da gente. não somos índios,
nem europeus, nem africanos, nem brasileiros. não somos nada. não podemos querer ser nada.
a parte isso temos em nós todos os sonhos do mundo.
utilizar os preceitos de barros: tudo que não invento é falso.
nada pode ser inventado que já não tenha sido pela vanguarda soviética e sua classificação extensa
das impossibilidades do kynema em ter limites.
o montador é uma criança de aproximadamente 3 anos que nunca tocou na areia do mar.
o programa de edição é um tecladinho CASIO de brinquedo, que faz sons engraçados.
é preciso batucar para ter ritmo.
uma criança batucando um filme.
uma criança que come um filme e planta outro através da máquina-corpo, cagando numa tela.
- somnema.
o som é 50% de um filme.
o som é uma tela.
a tela é um ambiente acústico.
será preciso criar imagens através do som.
será preciso criar sons através da imagem.
no próximo artigo, mais sobre o somnema.
flavia doria
poema inspirado numa fotografia tirada por uma menina pequenina mas com grande nada poesial dentro. ela me mostrou essa foto amanhã. na foto, em preto-e-branco, dá pra se ver bem nada.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Zoubri Tudho Quin Naun Vemmws Kun Ahs Mauls
acordo mal-acordado
e mal acordo o acordado
que era acordar todos os dias
depois de tuas febres e tuas frias
mãos calejadas de sonhos
inventando outros olhos castanhos
e ver pelo tato tuas ruas e vias
agora com o desejo liberto mias
de cima do teto cuspindo utopias
do ventre, do sexo, em gozo diário
embora pudesse dormir não dormias
queria descobrir o que se escondia
do lado de lá da noite que é claro
segunda-feira, 5 de julho de 2010
o mundo mudou
tem torresmo e quiabo
deus e o diabo
eu preciso esvaziar minha mente
até falar a verdade
até sobrar
tudo
tudo que eu vejo me move
tudo que é silêncio
eu ouço
esvaziar o coração até sobrar mangue
a cada hora que passa
uma hora passa
e eu só sei o que são as horas
quando desmonto um relógio
e vejo que quebrou
mas não vejo o porquê
meu sonho se perdeu pelos mitos
e quero ele de volta para poder voar
pegadas de curupira na calçada principal
perfume de colchão
teu mystério me chama
no silêncio que de dele emana
um bebê a cada beijo
um gole da bebida: desejo
quero partir para o oriente
e sentir o que se sente
quando se sente
o nada
noites quentes
os grilos já masturbam o orvalho
os homens se recolhem no recanto de seus lares
as moças se aprontam para sair e conhecer
homens
os cachorros uivam em busca dos donos
um mendingo chora por dentro
e um emo chora por fora
borrando a maquiagem preta
o mundo mudou
num é mais simples
mas eu queria ele simples
sexta-feira, 2 de julho de 2010
fotografia que eu tirei sem filme
era para ser um simples sábado
mas era hoje
olhando seu corpo listrado de sol
ela mumifica um futuro
onde será rainha
de suas próprias emoções
e lá fora
a gente caça sonhos em pipas
quinta-feira, 1 de julho de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
segunda-feira, 28 de junho de 2010
#6
que mistura com a tua pele
no chocolate quente
a espera do esperma
morning sun ----------O´´´
*um segredo só pode ser contado duas vezes
o espelho da estrela
onde vemos sua estréia
o esterco e a esquadra de Colombo
o estranho e o ninho
de pombo
vo ar - - - - ali - - - - - - lá - - - - - - pousou um pensamento feito cago
longe posso ver minha descoberta aqui
teus olhos revirados
olhinhos de bola de gudi
o cobertor se mistura com a tua pele
a minha pele é cobertor?
não sei se é pé
ou se é não
minha mão só enxerga no escuro de poemas bem claros
no desentendimento eu clarifico o que não quero te dizer
o corpo
,,,,,,,,////torto
reconhece os limites do mundo através dos grãos de poeira que dançam na tua janela
posso jogar volei com a tua
meia?
camisas, sutiãs, cuecas, ah, um livro legau
anarquitetura / camamesa de jogar
o corpo se mistura com a lua minguante
desmilingua
numa língua inventada